Os jovens brasileiros vivem uma espécie de “pânico” na busca por uma colocação no mercado de trabalho, em razão da atual crise econômica e da taxa de desemprego que atinge mais de 25% das pessoas entre 14 a 24 anos, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). E aí é onde mora o perigo, alerta a coach de carreira Nany Martins.
“Nesse momento, muitos optam por uma profissão que lhe traga mais retorno financeiro em detrimento de sua felicidade; é o que eles chamam de garantido ou estável”, diz.
É sabido que o sucesso profissional sempre esteve atrelado ao dinheiro, mas esse conceito começou a perder força nos últimos anos, principalmente com as gerações X e Y. Eles são jovens, nascidos entre a década de 80 e o final dos anos 90, bem informados e entendem tudo de internet e tecnologia. Essas gerações são a promessa de um novo futuro do mercado de trabalho, mas podem ficar estagnadas no passado com o pessimismo do cenário atual.
“Sem orientação, essas gerações podem perder a possibilidade de marcar a história com uma transformação no modelo organizacional e profissional. Esses jovens têm uma capacidade incrível de criar e inovar. No entanto, quando estão fora do seu ambiente ideal, retraem sua criatividade e ousadia. Por isso, é tão importante escolher certo. Boas escolhas podem resultar em uma grande carreira, independente da crise”, afirma a coach.
São inúmeros os casos de pessoas que se formam em uma área e depois decidem atuar em outra completamente diferente ou, até mesmo, que interrompem a formação para mudar o caminho. Um estudo da Isma Brasil (International Stress Management Association) mostra que sete em cada 10 pessoas não estão satisfeitas com o seu atual trabalho. Já que os números apontam para um declínio no contentamento profissional, por que não começar corretamente? Segundo Nany, pensar apenas em valores externos e deixar a vocação e a felicidade de lado certamente levarão o jovem para um caminho infeliz, resultando em problemas, não só profissionais, como também pessoais e, muitas vezes, físicos.
Para ajudar a jovens profissionais, ela sugere que eles respondam as seguintes perguntas: “Você consegue se imaginar evoluindo dentro dessa profissão?”, “Sente paixão pelo que estuda e/ou pelo que faz?”, “Consegue manter-se focado nas aulas e/ou no dia a dia do seu trabalho?” e “Sente-se empolgado com as atividades que tem que desempenhar?”. Se a maioria das repostas forem “não”, esse, segundo Nany, pode ser um sinal de que a pessoa está no caminho errado. Mas ela garante que sempre existe tempo para acertar, recomenda uma busca por orientação e a aceitação da vocação que cada um tem, independentemente do mercado. Isso, ela diz, ajudará a vencer os desafios de uma carreira e até mesmo de uma crise econômica.
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