Polícia Civil de Mirante do Paranapanema divulgou ao G1, nesta sexta-feira (30), o resultado do laudo toxicológico realizado nos condutores dos dois ônibus que, na madrugada do dia 16 de fevereiro, se envolveram em um acidente que resultou, inicialmente, na morte de oito pessoas – entre elas três estudantes. A nona vítima morreu em abril, no Hospital Regional (HR) de Presidente Prudente. O documento indicou que no material colhido para análise de dosagem de álcool etílico no sangue foi constatada a ingestão de bebida alcoólica por parte do motorista Elias Ferreira da Cruz, de 63 anos, de Teodoro Sampaio (SP).
O delegado Adalberto Gonini Junior, que preside atualmente o inquérito, explicou ao G1 que no laudo foi apontada a presença de 0,7 decigramas de álcool por litro de sangue, valor que, neste tipo de exame, configura embriaguez ao volante. “O limite é de 0,6 decigramas”, acrescentou.
“Às vezes, quando se ingere bebida alcoólica, qualquer distração pode fazer com que o veículo saia da pista de rolamento”, comentou o delegado ao G1. Gonini Junior ainda lembrou que já havia sido constatado que o ônibus que transportava os estudantes até Teodoro Sampaio invadiu a pista e “faltava saber o que provocou”.
O G1 teve acesso ao exame toxicológico e o documento apresenta dois tipos de pesquisas (veja acima): a dosagem de álcool etílico em sangue (alcoolemia), cuja análise “detectou a presença de álcool etílico na concentração de 0,7 g/l”, e a pesquisa de fármacos e drogas de abuso, cujo resultado foi negativo.
Ainda comentou ao G1 o delegado que, como o motorista do ônibus faleceu no acidente, o que ainda pode ser feito é na esfera cível, onde os parentes das vítimas podem entrar com ação de indenização. Entretanto, como o condutor era também o proprietário do ônibus, dificulta o procedimento.
Este era o único laudo que faltava para o encerramento do inquérito policial, que deverá ser concluído em breve, de acordo com o delegado. Ambos os resultados do condutor do outro ônibus foram negativos, conforme declarou a Polícia Civil.
O G1 tentou contato com a empresa Expresso Santa Luzia. No único telefone disponível, o atendente, que pediu para não ser identificado, informou que a empresa “deixou de existir” quando o proprietário e motorista faleceu no acidente. Ele ainda declarou que o resultado foi “uma surpresa”, pois nunca presenciou Elias Ferreira da Cruz ingerindo bebidas alcoólicas antes de dirigir.
Na época no acidente, a empresa Cido Tur alegou que o ônibus havia sido emprestado por solicitação do próprio responsável pela Expresso Santa Luzia, pois o único ônibus que a empresa possuía e realizava o transporte dos estudantes estava em viagem para a região norte do país, fretado para um morador de Presidente Prudente (SP).
Ainda foi salientado que a empresa que realizava o transporte da linha não era a empresa Cido Tur, e sim a empresa Expresso Santa Luzia, a qual era de responsabilidade do motorista, uma das vítimas.
O G1 não conseguiu o contato da família de Elias Ferreira da Cruz.
G1/Prudente
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