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terça-feira, 14 de novembro de 2017

PENAS PARA MULHERES QUE DESRESPEITAM REGRAS DE TRAFICANTES E MILICIANOS VÃO DO CORTE DE CABELO Á MORTE NO RIO DE JANEIRO.

Em áreas de risco do Rio de Janeiro, mulheres que desrespeitam as regras do tráfico de drogas e da milícia e se envolvem com homens de outras comunidades recebem penas desumanas que vão desde o corte do cabelo até o espancamento e a morte. As imagens foram exibidas pelo RJTV nesta segunda-feira (13).

“No meio da rua, na madrugada, pegaram a garota, bateram bastante, rasparam a cabeça e, para não fazer algo pior, expulsaram ela e a família dela”, contou um morador de uma favela do Rio.

As redes sociais são monitoradas pelos criminosos. Conversar e manter relacionamentos com moradores de comunidades de facções e grupos rivais é visto com maus olhos. “Se você está na rede social ou você está conversando muito com a pessoa de outra facção já está de olho em você”, explicou a moradora de uma comunidade.

Para quem vive em uma comunidade dominada pelo crime, muitas vezes é preciso abrir mão do direito de ir e vir para não correr o risco de desagradar os criminosos.

“Já deixei de estudar, já deixei de trabalhar e já deixei de conseguir emprego porque eu falei onde eu morava”, explicou a mulher.
Nós vivemos uma situação que, ao mesmo tempo, uma parte da cidade vive índices de direitos comparados a países desenvolvidos e parte da cidade não tem acesso a estes direitos. Esse é o ponto central. Nós precisamos igualar o nível de direitos e, sem a sociedade se comprometer a garantir direitos para todos, essa situação não muda”, explicou Marcus Faustini, da Agência de Redes para a Juventude.

As regras de relacionamentos são bem claras para quem vive em áreas dominadas pelo crime.

"A divisão é bem clara. E os moradores ficam reféns. Quando você mora em uma comunidade de outra facção rival você não pode ir do outro lado pegar um ônibus no qual possa ir trabalhar. É um território inimigo, e você fica muito exposto a isso”, explicou um morador de uma das comunidades.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro afirmou que atua com rigor no combate às milícias e às organizações criminosas e que, nos últimos dez anos, prendeu 1.326 milicianos. A PM afirmou que é de conhecimento de todos que existem regiões do Estado do Rio de Janeiro que sofrem influência do crime e que isso nunca impediu as ações de combate às quadrilhas.

Até famílias são obrigadas a viver separadas. "Se eu tenho familiar que é de uma outra favela que não seja da mesma facção que a minha, eu não tenho liberdade de visitá-lo. Ou de namorar alguém que não é da mesma favela, da mesma facção", diz uma moradora. Os encontros com moradores de comunidades rivais acontecem em áreas consideradas neutras.
Fonte: G1
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