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quarta-feira, 1 de abril de 2020

INSTITUTO ADOLFO LUTZ LIBERA 0,4% DOS TESTES DE CORONAVÍRUS, 16 MIL AGUARDAM ANÁLISE

O Instituto Adolfo Lutz conseguiu processar e liberar apenas 0,4% dos testes recebidos para atestar se o paciente estava com coronavírus, na semana passada.
Na primeira semana de março, quando a demanda era menor, o instituto processou e liberou 83% dos testes. Até o dia 25 de março, foram recebidos mais de 11 mil testes e liberados 1.224 exames.

Camila Dantas, filha da dona Elenita, de 53 anos, que morreu na segunda-feira (30), não sabe se a mãe morreu com a Covid-19.

“Quando eu fui resolver a questão do enterro, na funerária eles chegaram a me propor do caixão ser aberto.. e eu que disse que não, que o caixão tinha que ser lacrado porque a minha mãe estava com a suspeita do vírus e a partir desse momento ele começou a mudar”, disse.

Além de Camila, várias famílias estão enterrando os familiares sem ter certeza se o vírus foi a causa da morte.

De acordo com o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, o instituto tinha 16 mil exames na fila nesta quarta (1º). "O numero de exames hoje que estão represados são de 16 mil exames, desses 201 são óbitos que já ocorreram. O Adolfo Lutz tem uma capacidade de 1200 exames por dia", disse.

A Secretaria da Saúde do estado disse que o Adolfo Lutz possui, atualmente, insumos suficientes para realizar os exames.

Hospitais privados

A maior parte das mortes ocorridas no estado de São Paulo ocorreram em hospitais particulares. De acordo com o governo, das 136 mortes confirmadas da doença no estado, dez ocorreram em hospitais públicos
Mas, segundo especialistas, o número de mortes da rede pública vai aumentar com o avanço da doença, já que a transmissão do vírus passou a ser comunitária.

“A epidemia começou com casos importados, esses casos viajantes que vieram da Europa ou da Ásia e foram atendidos em hospitais privados. geralmente são pessoas com um padrão econômico elevado e com um plano de saúde. por isso os primeiros hospitais a atenderem esses pacientes. essa é uma explicação, lógico que ao longo da epidemia isso deverá diminuir até porque as fronteiras estão fechadas, e já começamos com transmissão local”, disse o professor de Saúde Pública da USP.

G1


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