Prefeito de Rio Pardo é preso por fraude em Operação Camilo da PF. Foto: Divulgação PF
FORÇA TAREFA
Formada pela Polícia Federal, pela Controladoria Geral da União, pelo Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul, pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público Estadual.
PRESOS
Durante a ação o prefeito de Rio Pardo, Rafael Barros (PSDB), e o procurador Milton Coelho foram presos e o secretário da saúde, Augusto Ferreira Pellegrini foi apenas afastado de seu cargo, de acordo com as informações da Polícia Federal, um vereador também estaria envolvido no esquema e foi preso, porém não foi divulgada a cidade em que ele atua, contudo, foram detidas mais 12 pessoas temporariamente.
OS QUATRO ESTADOS
As ações ocorreram no Rio Grande do Sul, onde a operação aconteceu em Porto Alegre, Rio Pardo, Butiá, Canoas, Capela de Santana, Gravataí, Cachoeirinha, São Leopoldo, Guaíba, Portão, Cacequi e São Gabriel. No Estado de São Paulo, os mandados foram cumpridos em São Bernardo do Campo. No Rio de Janeiro a operação se manteve na capital carioca e em Santa Catarina, a operação foi realizada em Florianópolis e São José.
OS CRIMES
A Polícia Federal informou que 129 medidas judiciais estão sendo cumpridas para a apuração dos crimes de fraude à licitação, peculato, corrupção passiva, organização criminosa, ocultação de bens, crime de responsabilidade e desobediência.
Prefeito de Rio Pardo é preso por fraude em Operação Camilo da PF. Foto: Divulgação PF
"A corrupção mata, porque o dinheiro não chega na compra dos equipamentos, se for feito o cálculo, de que um respirador custa R$75 mil, nós temos 200 que não foram adquiridos. Nisso, quantos foram os profissionais de saúde que deixaram de ser contratados", destaca o novo superintendente da Polícia Federal do Rio Grande do Sul, José Antônio Dornelles de Oliveiro, que começou no cargo na segunda-feira (25).
MANDADOS
Estão sendo cumpridos o total de 61 mandados de busca e apreensão, 15 foram expedidas para prisões temporárias, além de medidas judiciais de sequestro de bens, móveis e imóveis, bloqueio de valores depositados em contas dos investigados e de empresas, além do afastamento cautela de funções exercidas por servidores públicos municipais. A ordem expedida, veio pelo Tribunal Regional da 4ª Região e pela Justiça Estadual de Rio Pardo.
OS DESVIOS
Durante a investigação, foi apurado que o serviço de saúde do Hospital Regional do Vale do Rio Pardo (HRVRP), havia sido terceirizado para uma organização social, por meio de um processo de chamamento público direcionado.
Essa instituição que foi vencedora, foi escolhida no mês de outubro de 2017, para que viesse à administrar as diversas atividades no local, como a limpeza, a sanitização hospitalar, a radiologia, os exames de imagem e o serviço de atendimento médico urgente, entre outras coisas.
Prefeito de Rio Pardo é preso por fraude em Operação Camilo da PF. Foto: Divulgação PF
Porém, essa organização, veio a subcontratar outras empresas, nas quais serviam como instrumento para a execução de desvio do dinheiro público, e de acordo com as informações do Ministério Público, elas realizavam o superfaturamento dos valores que eram cobrados pelos serviços prestados e pela não execução de partes de suas obrigações contratuais.
AS PROVAS
Até o momento da investigação, tudo indica que há um esquema criminoso que conta com a participação dos gestores da organização social, de empresas privadas e de servidores públicos.
De acordo com as contas, desde o mês de novembro de 2017 até fevereiro de 2020, foram destinados ao HPVRP cerca de R$60 milhões em recursos federais e estaduais, e de todo esse valor, o total de R$30 milhões foram repassados pela organização social às empresas subcontratadas.
Outro fator que foi identificado durante a investigação, foi o repasse de R$3,3 milhões à empresa que é ligada a organização social, que no caso, deveria ser destinado a construção de dez leitos de UTI no HRVRP, apesar dessas obras estarem em andamento, o projeto que foi elaborado pela organização social, é bastante impreciso, sem nenhum levantamento prévio de custos, ou seja, foi feito apenas para o recebimento das verbas públicas, além do fato de que a empresa que foi contratada para executar a obra é pertencente ao mesmo grupo que está sendo alvo da investigação.
POLÍTICA ENVOLVIDA
De acordo com o delegado da Polícia Federal de Santa Cruz do Sul, Mauro Lima Silveira, o dinheiro que foi desviado, não serviu apenas para a compra de patrimônio pessoal dos investigados, abre-se a hipótese de que, o dinheiro teve serventia para alimentar os sistemas políticos partidários, não exatamente para as campanhas políticas, mas como recebimento desse dinheiro que foi desviado do hospital em períodos e não próprios de campanha política.
EXPECTATIVA
A expectativa do delegado Mauro, é que haja uma apreensão de cerca de 30 veículos, 14 imóveis e o bloqueio de 65 contas de empresas e pessoas físicas que estão ligadas direta e indiretamente nas investigações.
G1
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