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quarta-feira, 27 de abril de 2022

POLICIAIS CIVIS DE MS SÃO PRESOS POR PEDIREM AGRADO DE 20 MIL PARA LIBERAR CAMINHÃO

 Os quatro policiais civis presos por corrupção em operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), nessa segunda-feira (25), em Ponta Porã, pediram R$ 20 mil para liberar um caminhão às vítimas e depois, compraram carnes e cervejas.

Foi a partir deste caso que o grupo começou a ser investigado, sendo verificado também envolvimento deles com tráfico de drogas. Na ação deflagrada pelo Ministério Público Estadual (MP-MS), mais de R$ 100 mil foram apreendidos.

Os servidores estaduais passaram por audiência de custódia em Campo Grande, nesta terça-feira (26), onde foi avaliada a legalidade das prisões, mantendo-as.

como eles foram presos por pedido, o juiz só avaliou a regularidade da prisão, manteve e determinou a remessa para o juízo competente

Em nota, a Polícia Civil disse que "está acompanhando a operação por intermédio da Corregedoria, que se fez presente durante a operação".

Investigação

O caminhão em questão havia sido roubado no dia 5 de abril em Queimados (RJ), recuperado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Ponta Porã, no dia seguinte, sendo entregue na Segunda Delegacia de Polícia Civil para restituição pelos donos.

Enquanto o trâmite para liberação do veículo deveria seguir todas as regras legais, os policiais pediram um "agrado" para que o caminhão fosse restituído, caso contrário, não seria entregue. Durante a negociação houve momentos de desdém, por parte de um escrivão de polícia sobre valores, e negativas, ficando acordado o pagamento de R$ 5 mil.

Deste total, R$ 4 mil foram pagos em espécie, na delegacia, e o restante em PIX na conta do escrivão. Valores que ficaram comprovados com a quebra de sigilo bancário do policial, sendo verificado que no dia 13 de abril ele depositou R$ 3,3 mil.

Depois que os policiais receberam os pagamentos, foram compradas carnes, cervejas e utensílios para churrasco. Os suspeitos entraram com tais itens na delegacia enquanto o caminhão não era liberado, o que levou-se ao entendimento de que parte do dinheiro da corrupção foi usado para realização de festa.

Além de terem que pagar para terem de volta o caminhão, os donos perceberam a ausência de alguns itens como: pneus, cintas catracas. Tudo estava no veículo quando a PRF encaminhou foto falando da recuperação.

A partir de tal fato, os policiais passaram a ser investigados, resultando nas prisões por concussão, peculato, tráfico de drogas. Foram cumpridos oito mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária, um de medidas cautelares alternativas à prisão e 16 de busca e apreensão.

G1
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