Grupo de 43 trabalhadores, recrutados de diferentes regiões do Brasil, foram encontrados em situação análoga à escravidão em uma propriedade rural de Naviraí, a 359 km de Brasilândia. As vítimas trabalhavam no cultivo de cana-de-açúcar, mas não recebiam remuneração e nem mesmo água potável.
Foto: MPT/MS
Os trabalhadores foram resgatados no dia 28 de junho, durante operação realizada por força-tarefa composta pela Fiscalização do Trabalho e pela Polícia Militar Ambiental. Aliciados em cidades de Minas Gerais, Maranhão, Piauí e na própria Naviraí, as vítimas faziam o plantio manual de cana-de-açúcar na propriedade, um deles há quase quatro meses, em condições degradantes de trabalho.
Em depoimento, um dos canavieiros contou ter recebido a proposta de trabalho no município de Delta (MG), por meio de um intermediador de mão de obra. Na ocasião, foi feita a promessa de receber R$ 1 real pelo metro quadrado de cana plantado, mais estadia, almoço e jantar. Ele, então, foi levado até Naviraí em um transporte custeado pelo contratante.
Na casa onde o grupo foi instalado não havia geladeira ou filtro de água potável. Para dormir foram disponibilizados apenas colchonetes finos. Os trabalhadores também não receberam qualquer equipamento obrigatório de segurança para atuar no plantio e utilizavam luvas e facões levados por eles mesmos.
Um dos resgatados relatou ter manifestado o desejo de retornar para casa ao se deparar com o trabalho exaustivo, baixa remuneração e más condições de estadia, mas ouviu do contratante que tivesse “paciência”, pois a situação iria melhorar. Outros colegas, segundo ele, já haviam voltado para a cidade de origem, mas somente porque conseguiram obter recursos com familiares para bancar a viagem.
Acordo
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