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sábado, 23 de fevereiro de 2019

CARDEAL ADMITE QUE IGREJA CATÓLICA DESTRUIU ARQUIVOS SOBRE ABUSOS SEXUAIS

A Igreja católica destruiu arquivos sobre os autores de abusos sexuais, reconheceu neste sábado o influente cardeal alemão Reinhard Marx durante uma reunião histórica no Vaticano sobre a luta contra a pedofilia.
Foto ilustrativa.
“Os arquivos que poderiam documentar estes atos terríveis e indicar o nome dos responsáveis foram destruídos ou inclusive não chegaram a ser criados”, afirmou o presidente da Conferência Episcopal Alemã.
“O abuso sexual de crianças e jovens se deve, em uma parte não insignificante, ao abuso de poder da administração”, afirmou o cardeal alemão em seu discurso aos participantes da reunião, entre eles 114 presidentes de conferências episcopais de todo o mundo convocados para falar também sobre o silêncio e acobertamento da pedofilia por parte da hierarquia eclesiástica.
“Ao invés de punir os culpados, as vítimas foram as repreendidas e silenciadas”, lamentou.
“Os procedimentos e trâmites fixados para perseguir estes delitos foram deliberadamente ignorados, e inclusive apagados ou anulados”, insistiu.
“De fato, os direitos das vítimas foram pisoteados e deixados ao livre arbítrio de indivíduos”, denunciou o cardeal.
O arcebispo de Munique e Freising, conhecido por suas posições progressistas, criticou o fato de o “segredo pontifício” ser apresentado com frequência como justificativa pela Igreja e, pior ainda, em casos como o dos abusos sexuais cometidos por padres.
– Transparência vs conspiração –
O cardeal pediu mais transparência sobre os julgamentos realizados pela Igreja e exigiu a divulgação do número de casos examinados pelos tribunais eclesiásticos, assim como detalhes sobre os mesmos.
Em um gesto de aproximação, o religioso se reuniu na sexta-feira de modo privado com 16 vítimas de abusos do grupo ‘Ending Clerical Abuse’ (ECA), uma das entidades que convocaram um protesto neste sábado em Roma para exigir justiça imediata nos casos de pedofilia.
O cardeal conversou em seguida com o papa Francisco sobre o encontro, que durou 90 minutos e foi solicitado pelo próprio Reinhard Marx, informou o Vaticano.
A Igreja católica alemã pediu descul
AFP
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